Por Manuel Antas de Barros
Segundo os dicionários infopédia da porto editora, autocuidado é o conjunto de ações realizadas individualmente com vista à preservação da saúde e/ou prevenção de doença.
Podemos assim dizer que o autocuidado é tudo o que fazemos consciente e deliberadamente com o objetivo de fazer bem a nós próprios.
No autocuidado estão incluídas ações tão variadas como o que comemos e o que bebemos, a forma como gerimos o stress ou se falamos ao telemóvel a conduzir.
Autocuidado é desta forma um termo abrangente e que aborda diferentes dimensões da nossa existência.
Um dos maiores obstáculos no autocuidado é tornarmo-nos uma prioridade. Sermos capazes de pôr “a máscara de oxigénio” em nós em primeiro lugar.
E isso é porque somos constantemente solicitados pelos compromissos profissionais e familiares existindo também cada vez mais distrações a disputar a nossa preciosa atenção.
Todas estas solicitações sugam o nosso tempo e quando temos alguns momentos para cuidar de nós estamos cansados e sem a vitalidade necessária para fazer uma atividade, preferindo simplesmente ficar a relaxar ou a descansar.
A boa notícia é que descansar e relaxar também fazem parte do nosso autocuidado. Mas será que sabemos realmente descansar e relaxar apropriadamente?
Entre outras coisas, ganhar algum peso ao longo dos anos, principalmente devido a trabalhos sedentários e comer demais não é das coisas mais difíceis de fazer.
Lutar para encontrar tempo para planear e fazer refeições saudáveis que todos em casa gostem também não é nada que não aconteça frequentemente.
Sentirmo-nos assoberbados com o dia-a-dia e com os imponderáveis que acontecem é comum a todos nós em determinados momentos.
Mas com o ritmo de trabalho que existe e com possivelmente uma família em casa para cuidar, como conseguimos ter um tempo só para nós e para o nosso autocuidado?
Com uma grande “ginástica” e adotando algumas estratégias que partilhamos neste artigo.
Ao fazermos por encaixar na nossa agenda um tempo de qualidade para o nosso bem-estar já sabemos que não é fácil e que muitas vezes é um processo de tentativa e erro.
E não havendo alguém ou alguma coisa a “puxar” por nós, sozinhos mais difícil se torna. Todos nós teremos mais probabilidades em sermos consistentes a fazer determinada ação com algum tipo de suporte.
Uma estratégia simples que podemos adotar ao longo do dia para garantirmos o nosso autocuidado é termos o discernimento e a vontade (pontual ou regular) de sermos capazes de fazermos a nós mesmos algumas perguntas, como por exemplo:
–Isto que eu estou/vou fazer vai-me fazer bem ou fazer mal?
-Isto que eu estou/vou comer vai aproximar-me ou afastar-me dos meus objetivos?
Sem entrarmos na discussão infindável e subjetiva do que será certo ou errado, verdadeiro ou não, bom ou mau, vale a pena fazermos este exercício.
E “só” é preciso estarmos mais atentos e questionarmos os nossos próprios comportamentos.
Ter um motivo forte para agir
Talvez uma das estratégias principais para garantirmos o autocuidado é descobrirmos um motivo forte para agir. Para algumas pessoas o motivo é evitar alguma situação dolorosa e para outras é o adquirir prazer em fazer alguma coisa.
Seja qual for o caso, é sempre a partir de um motivo mais forte que a vontade de não fazer nada que nos faz agir. Qual é o seu motivo para garantir o seu autocuidado?
Aprender a formar e quebrar hábitos
Todos nós somos “animais” de hábitos. E somos o que repetidamente fazemos – para o melhor e para o pior. Se por variadas razões nos é difícil encaixar formalmente na nossa agenda períodos para o nosso autocuidado, como fazer exercício físico por exemplo, podemos ter alguns dos benefícios de uma forma mais informal, como por exemplo e se for o caso, subir as escadas em vez do elevador.
Associarmos uma tarefa que queremos fazer a uma ação que fazemos todos os dias é um dos mecanismos para formar hábitos.
Treinar muito ou comer “perfeitamente” uma vez por semana ou algumas vezes por mês simplesmente não vai resolver o problema de garantirmos o nosso autocuidado (sendo obviamente melhor do que nada). A ideia será agirmos para o nosso bem estar de uma forma regular e quase automática.
E bastam alguns minutos em momentos chave do dia para que sintamos a diferença para melhor. Clique AQUI para aprender a maneira mais rápida e simples de formar um novo hábito.
Planear e agendar com antecedência os momentos de autocuidado
Deixados por nossa própria conta e à mercê dos acontecimentos do dia-a-dia vamos provavelmente ser inconsistentes no nosso autocuidado.
Dando novamente o exemplo do exercício físico, a realidade é que a maioria de nós até descobrir a nossa atividade ideal e usufruir dos seus múltiplos benefícios não gostamos particularmente de o praticar.
E por isso vamos procurar por todo e qualquer motivo para parar de o fazer.
Mas se tivermos um sistema de suporte que nos ajude a responsabilizarmo-nos e que nos incentive, vamos com certeza ser mais consistentes até naqueles dias em que não nos está mesmo a apetecer.
Um dos fatores para termos sucesso com um programa de autocuidado é portanto sermos consistentes nas ações que escolhemos fazer, antecipando de antemão as alturas do dia e da semana mais convenientes para “tratarmos de nós” e agendar com antecedência esses momentos.
Quando programamos um compromisso importante não vamos faltar e tendemos a cumprir o combinado.
Atrevo-me a dizer que não haverá muitos compromissos tão ou mais importantes do que a nossa própria saúde e bem estar, verdade?)